Quem controla o Iraque e por que a paz é tão difícil? 

O Iraque é um país complexo, com uma história de conflitos e influências externas que dificultam a estabilidade. E com tantos conflitos no país é como se não tivesse um governo e fica a pergunta: Quem controla o Iraque e por que a paz é tão difícil? Atualmente, o controle do Iraque é disputado por vários grupos internos e potências regionais e internacionais, o que contribui para a instabilidade. Aqui estão os principais fatores que explicam por que a paz no Iraque é tão difícil de alcançar:

Divisões Internas e Fragilidade do Governo 

O Iraque tem um sistema político frágil, baseado em cotas sectárias (xiitas, sunitas e curdos), o que gera corrupção, ineficiência e disputas de poder. 

O governo central, liderado por xiitas, frequentemente enfrenta resistência de sunitas e curdos, que se sentem marginalizados. 

Milícias xiitas, muitas delas apoiadas pelo Irã, têm grande influência dentro do Estado, enfraquecendo a autoridade oficial. 

Interferência Externa 

Irã: Tem grande influência sobre políticos e milícias xiitas no Iraque, usando o país como um campo de batalha em sua rivalidade com os EUA e a Arábia Saudita. 

Estados Unidos: Ainda mantém presença militar e influência política, mas suas intervenções (como a invasão de 2003) desestabilizaram o país. 

Turquia e Arábia Saudita: Também atuam no Iraque, apoiando diferentes grupos (a Turquia contra os curdos, a Arábia Saudita contra a influência iraniana). 

Conflitos Sectários e Terrorismo 

A divisão entre xiitas e sunitas foi exacerbada após a queda de Saddam Hussein (2003), levando a uma guerra civil (2006-2008). 

Grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI) surgiram dessa instabilidade, e embora tenham sido derrotados militarmente, a ameaça de insurgência persiste. 

Milícias xiitas (como Hashd al-Shaabi) e grupos sunitas continuam em conflito. 

Saddam Hussein (1937–2006) 

 O último líder do Iraque antes da invasão liderada pelos EUA em 2003 foi Saddam Hussein, que governou o país de 1979 a 2003. Ele foi presidente do Iraque e secretário-geral do Partido Baath, exercendo um regime autoritário e repressivo.  

Período no poder: 

Tornou-se presidente em 1979, após uma disputa interna no Partido Baath. 

Governou com mão de ferro, eliminando opositores e centralizando o poder. 

Guerras e conflitos durante seu governo: 

Guerra Irã-Iraque (1980–1988): Conflito devastador contra o Irã. 

Invasão do Kuwait (1990): Levou à Guerra do Golfo (1991) e a sanções internacionais contra o Iraque. 

Guerra do Iraque (2003): Invasão liderada pelos EUA que derrubou seu regime. 

Captura e morte: 

Foi capturado em dezembro de 2003 pelas forças americanas. 

Foi julgado e enforcado em dezembro de 2006 por crimes contra a humanidade. 

Depois de Saddam Hussein 

Após sua queda, o Iraque passou por um período de ocupação (2003–2011) e depois adotou um sistema democrático frágil, com presidentes e primeiros-ministros eleitos, mas sob forte influência de milícias e potências estrangeiras. 

O atual primeiro-ministro (em 2024) é Mohammed Shia’ Al Sudani, no cargo desde 2022, mas o Iraque continua enfrentando instabilidade política e violência. 

 Questão Curda 

Os curdos, no norte do Iraque, buscam autonomia e já realizaram um referendo de independência (2017), rejeitado pelo governo central. 

A Turquia e o Irã combatem grupos curdos, aumentando a tensão na região. 

Corrupção e Falta de Reconstrução 

A corrupção no governo e a má gestão de recursos impedem a reconstrução após anos de guerra. 

Protestos populares (como em 2019-2020) mostram o descontentamento da população com a elite política. 

Quem controla o Iraque e por que a paz é tão difícil? 

Interesses conflitantes: Muitos grupos internos e externos se beneficiam da instabilidade. 

Falta de unidade nacional: O Iraque ainda não resolveu suas divisões sectárias e étnicas. 

Geopolítica regional: O país é um palco de disputa entre EUA, Irã, Arábia Saudita e outros. 

Enquanto essas dinâmicas persistirem, será muito difícil haver paz duradoura no Iraque. A solução exigiria um governo mais inclusivo, menos interferência externa e uma reconciliação nacional verdadeira – algo que, no momento, parece distante.

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